terça-feira, 20 de novembro de 2007

Distância...

"Há coisas em que não se acredita se não se vir
Há coisas que não significam nada se estão de fora
Há coisas que nos puxam na sua direcção, como ímans do lado de fora da vida
Há estados especiais da alma, em que a sua compreensão é profunda
E entende os reversos, e as duplas faces de todas as coisas
Há dias em que uma tristeza do tamanho do mundo
Invade o espírito e se instala como um longo feixe de nuvens baixas
Chove, não chove, chove, não chove
E cada segundo é um suplício e uma tortura
O espírito olha para cima, e procura a direcção do Sol
Mas todo o céu está encoberto e o espírito perdeu a orientação
Não sabe se olha para o céu, ou para o fundo de um lago em que um falso céu se reflecte
E espera. E aguenta. E conta até mil. Até dez mil. Até um milhão.
Conta infinitamente à espera que algo mude
À espera que a tristeza desabe ou, então, que um sol poderoso irrompa pelo dia.
Mas os céus mantêm-se plúmbeos.
O vento quase não sopra.
E a tristeza, essa, não se dissipa."

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